Exposição Fotográfica

O Oceano que nos une

Fotografia: Áthila Bertoncini
Curadoria: Maíra Borgonha

Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Nela foram estabelecidos 17 Objetivos, os ODS, que devem ser alcançados pelos 193 países-membros da ONU até 2030. Dentre esses, chama a nossa atenção o Objetivo 14 da Agenda 2030 – Vida na Água, que visa conservar e promover o uso sustentável do Oceano, dos mares e sua biodiversidade.

Logo a seguir, em 2016, as Nações Unidas concluíram a primeira Avaliação Mundial dos Oceanos que apontou a urgência de gerenciar com sustentabilidade as atividades humanas e suas interfaces com o Oceano. Por isso, foi proclamada a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, que entre os anos de 2021 a 2030, busca cumprir os compromissos da Agenda 2030, com foco no ODS 14.

A escolha de um tema para um período de 10 anos, busca estabelecer o compromisso dos países membros da ONU, bem como das cidadãs e cidadãos do Planeta, para somar esforços e desenvolver ações coordenadas por objetivos em comum. Um chamado para ação, para que juntas e juntos naveguemos rumo às soluções para lidar com questões fundamentais do nosso tempo.

Sete são as metas que buscamos alcançar na Década do Oceano:

1. Um Oceano limpo
2. Um Oceano saudável e resiliente
3. Um Oceano previsível
4. Um Oceano seguro
5. Um Oceano produtivo e explorado de forma sustentável
6. Um Oceano transparente e acessível
7. Um Oceano conhecido e valorizado por todas e todos


 

Consoante a “Meta 7: Um Oceano conhecido e valorizado por todas e todos” a exposição fotográfica “O Oceano que nos une” propõe chamar a atenção do público sobre a importância do Oceano nas nossas vidas. Em um tour por oito países apresentamos desde o pequeno e simpático peixe-palhaço do Oceano Pacífico que ganhou os corações de crianças e de adultos de todo o mundo com o filme procurando Nemo, passando pelo maior recife artificial do mundo até o retorno das baleias jubartes ao litoral carioca após quatro décadas de proibição da caça destes animais. A exposição busca conectar pessoas e Oceano. É um chamado à ação deste que é o maior bioma do Planeta. É um apelo aos sentimentos e boas memórias que todos temos sobre o Oceano estando longe ou perto dele.

 

Ficha técnica:
Fotografia: Áthila Bertoncini
Curadoria: Maíra Borgonha

 

Apoio:
Instituto Meros do Brasil 

 

Currículo:
Áthila Bertoncini é Oceanógrafo e Doutor em Ciências. Coordenador Nacional de Pesquisa do Projeto Meros do Brasil e Professor Visitante do Programa de Pós-graduação em Ecologia da UFSC. Especialista na bioecologia de grandes Epinephelideos (garoupas e meros). Fotógrafo subaquático e de conservação desde 2003, participou de dezenas de expedições científicas no Brasil e no exterior. Suas fotos já foram publicadas em revistas, jornais, livros e periódicos científicos de grande circulação. Membro do grupo de especialistas em garoupas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Autor da imagem da garoupa na cédula de R$ 100,00. Bicampeão Brasileiro de Fotografia subaquática (2013 e 2015) e medalhista no Campeonato Mundial de Fotografia Subaquática da CMAS na Holanda em 2015.

 

Para Saber mais:

Instagram: @athilapeixe
www.athilapeixe.com

 

Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável
www.oceandecade.org

Cátedra UNESCO para Sustentabilidade do Oceano 
www.oceano.iea.usp.br

Década da Ciência Oceânica Brasil
www.decada.ciencianomar.mctic.gov.br/sobre-a-decada/

Projeto Meros do Brasil
www.merosdobrasil.org

 

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Áthila Bertoncini Andrade

Procurando Nemo (2009) 
Local da foto: Oceano índico. Dumaguete, Negros Oriental, República das Filipinas. 
 

Os carismáticos e coloridos peixes-palhaço se tornaram muito conhecidos, em especial para o público infantil, graças ao  filme "Procurando Nemo" lançado em 2003. O nome científico do Nemo é Amphiprion ocellaris. Os peixes-palhaço vivem e se protegem dos predadores  nas anêmonas, que são venenosas no contato para muitas espécies, mas não para os peixes-palhaço que encontram abrigo em seus tentáculos. Essa relação entre os dois organismos é conhecida como protocooperação, um tipo de relação ecológica harmônica interespecífica (entre espécies diferentes) em que as duas espécies associadas são beneficiadas. A interação das espécies ocorre ao acaso, não sendo, assim, uma interação obrigatória para a sobrevivência das espécies envolvidas.

Restrita às águas do Oceano Indo-Pacífico esta é apenas uma das 29 espécies de peixes-palhaço existentes no mundo, e mais de um terço podem ser encontradas no Arquipélago das Filipinas. O arquipélago possui mais de 7.000 ilhas, segundo maior do mundo, e é casa de mais de 450 espécies de corais e três mil espécies de peixes marinhos. 

Cerca de 600 milhões de pessoas vivem diretamente em regiões costeiras no mundo, um dos lugares mais impactados pelas mudanças climáticas que viemos sofrendo. As Filipinas são um país insular e sua população sofre diretamente com essa ameaça.

 


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Mama África (2014)
Local da foto: Oceano Atlântico. Ilha de São Tomé, São Tomé e Príncipe.

 

Muitas das espécies presentes nas águas de São Tomé e Príncipe são anfi-atlânticas, ou seja, ocorrem em ambos os lados do Atlântico ou ainda cosmopolitas (com distribuição global), mas a grande maioria é típica do Atlântico leste, especialmente da costa tropical Oeste-Africana e, em particular, do Golfo da Guiné, e algumas endêmicas (que só existem localmente) de São Tomé e Príncipe. 

O arquipélago de São Tomé e Príncipe situa-se no Golfo da Guiné, a cerca de 250 km do continente Africano, sobre a linha do Equador. É constituído por duas ilhas principais - Ilha de São Tomé e Ilha do Príncipe, ambas de origem vulcânica. As ilhas apresentam uma plataforma insular estreita, com grandes profundidades em seu redor (mais de 1500 m). Estas características combinadas conferem-lhe uma biodiversidade marinha única no mundo, sendo uma área muito importante para uma grande diversidade de organismos marinhos.

O continente africano não é apenas berço da humanidade mas também grande centro de biodiversidade marinha. Nos últimos anos, uma série de pesquisas desenvolvidas culminou no estabelecimento das primeiras Áreas Marinhas Protegidas de São Tomé e Príncipe estabelecidas de forma participativa, com representantes de vários setores da sociedade, em especial as comunidades de pesca. Esse foi um passo essencial para o futuro dos ambientes marinhos desse riquíssimo país insular.

 


Áthila BertonciniÁthila BertonciniÁthila Bertoncini - www.pleuston.com

Beleza fatal (2013)
Local da foto: Oceano Atlântico. Mar do Caribe. Bonaire, Antilhas Holandesas.

 

O exuberante peixe-leão (Pterois sp.) pertence à família Scorpaenidae - a mesma dos peixes-pedra - constituída de peixes peçonhentos, pois possuem veneno em todos os 18 espinhos das nadadeiras. Esses espinhos são utilizados para defesa. 

Hoje, o gênero Pterois conta com 12 espécies, todas nativas do Indo-Pacífico, sul da Índia, Indonésia, China e do oeste da Austrália. Habitante dos recifes de corais, sua beleza a tornou alvo dos aquariofilistas, ou seja das pessoas que mantem aquários em casa, comprando espécies de todo o mundo para suas coleções particulares. Foi assim que o peixe-leão chegou ao Oceano Atlântico, e se espalhou pelos mares do golfo do México, nos Estados Unidos, de forma acidental ainda em meados da década de 1980 e se espalhou por praticamente todo o mar do Caribe.

Diversos esforços e estratégias tem sido realizadas para controlar a expansao desta espécie perigosa e invasora. Desde 2020 exemplares de peixe-leão chegaram na costa brasileira, com dezenas de registros na costa norte e nordeste do Brasil - causando acidentes com pescadores - e no arquipélago de Fernando de Noronha. A falta de predadores naturais no Oceano Atlântico e as características da sua biologia (voraz predador com estratégias reprodutivas eficientes) levaram a se espalhar e causar desequilíbrios ambientais e econômicos por onde se estabeleceu. Infelizmente, o peixe-leão pode tornar-se uma das grandes ameaças atuais à diversidade da costa brasileira.

 


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Me segue(2013)
Local da foto: Oceano Atlântico. Arquipélago de Fernando de Noronha, Pernambuco, Brasil.

 

A 360 km do continente, no Arquipélago de Fernando de Noronha, uma guarajuba (Caranx bartholomaei) segue de muito perto a raia-prego (Hypanus americanus) que busca por alimento sobre o fundo arenoso. Quando algum pequeno organismo é desenterrado pela raia acaba sendo abocanhado pela guarajuba. Durante esse comportamento de "seguidor"- quem nunca né gente! -  ocorre uma relação ecológica conhecida como comensalismo. Não há prejuízo para nenhuma das espécies envolvidas, porém apenas um dos envolvidos se beneficia, como a guarajuba. Esse comportamento é comum de ser observado durante os mergulhos em Noronha.  

Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha é uma das Unidades de Conservação marinha mais visitadas no Brasil. Esse santuário foi reconhecido e tombado pela UNESCO como patrimônio mundial da humanidade em 2001, juntamente com Atol das Rocas, e foi ainda designado como Sítio Ramsar em 2018, área úmida de importância internacional.

Por incrível que pareça, hoje, uma das maiores ameaças à Fernando de Noronha é o turismo. Entre 1992 e 2018, houve um crescimento na visitação de 927,5%. Chegando a picos de 103.722 pessoas em um único ano. Com o aumento de visitantes uma cadeia de fatores é afetada: aumento do volume de esgoto não tratado e dos resíduos sólidos, sobrecarga dos sistemas de abastecimento de água e energia e do transporte público, ocupação irregular do solo e do número de veículos e embarcações.

Esta imagem foi premiada com o primeiro lugar na categoria Grande Angular no Campeonato Brasileiro de Fotografia subaquática de 2013, realizado no arquipélago.

 


Livre (2016)
Local da foto: Oceano Atlântico. Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, Bahia, Brasil.

Na flor da água, uma tartaruga parece voar na imensidão azul! Com todo o oceano à sua frente, esta essa tartaruga-verde (Chelonia mydas) é uma das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem na costa brasileira. Tartarugas dessa espécie podem ultrapassar os 200kg, e anualmente suas desovas são monitoradas nas Ilhas oceânicas de Trindade, na Reserva Biológica do Atol das Rocas e no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, havendo ainda registros de desovas em praias continentais, principalmente no litoral norte da Bahia.

A tartaruga-verde foi fotografada nas águas do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, após um mergulho nas formações recifais únicas, apenas encontradas no Brasil e no banco dos Abrolhos chamadas de chapeirões. 

Essa espécie está ameaçada de extinção e hoje é classificada como Em Perigo. Há mais de 40 anos o Projeto Tamar, uma iniciativa pioneira 100% brasileira é referência mundial, e dedica a conservação das tartarugas marinhas no país.

 


Vida nas Zonas temperadas (2015)
Local da foto: Oceano Pacífico sul. Pichidangui, Chile.

 

O mar do Chile é um mar descomunal. Não apenas por ter sido historicamente palco de sagas, descobrimentos e navegações lendárias, ou ter sido exaustivamente versado por um dos maiores poetas universais: Pablo Neruda. O mar chileno com seu azul índigo, é frio, vivo e imprevisível. No dialeto Mapudungum, de domínio do povo mapuche (guerreiros e habitantes ameríndios ancestrais que povoaram o Chile) Pichidangui significa “baía pequena”. 

Pichidangui é um pequeno e tranquilo balneário, quase inóspito e um pouco rural, localizado aproximadamente 200 km ao norte da capital Santiago. Na costa leste do Oceano Pacífico, ao longo do litoral chileno na baía de Pichidangui, repousa aos 33m o naufrágio do baleeiro Indus 8, que colidiu em rochedos rasos na data de 15 de novembro de 1954. O Indus 8 é morada de congrios e camarões em suas frestas, e está cuidadosamente recoberto por centenas de anêmonas vermelhas (Phymactis clemactis), que se projetam como  um fogaréu submerso.

Alguns fatores devem ser considerados como contribuições à biodiversidade chilena: A ação de correntes, em especial a corrente de Humboldt, que sobe na direção Sul-Norte da costa chilena, traz águas ricas em nutrientes, reciclando o nitrogênio através de processos como a denitrificação, aumentando a exportação de carbono e a remineralização, influenciando de forma excepcional a vida marinha existente. No entanto, em anos com El niño, a produtividade, abundância e distribuiçãso do pescado são severamente impactadas.    
 


Cérebro (2013)
Local da foto: Oceano Atlântico. Mar do Caribe. Ilha de Curaçao, Antilhas Holandesas.

 

Dentre as espécies comuns às águas rasas (até 40m), o coral-cérebro (Pseudodiploria strigosa), pode chegar a 1,8 metros de diâmetro, e tem uma lenta taxa de crescimento de 1 cm ao ano. A imagem mostra uma colônia com mais de 100 anos. 

A ilha de Curaçao, localizada a 65 km ao norte da Venezuela, além de ser cercada por recifes de corais, possui um dos mais saudáveis recifes da região caribenha. Os recifes bordejam a ilha em uma faixa de 50-100m até atingirem 8m de profundidade, onde uma quebra de talude os leva a profundidades de 60-90m, com densas coberturas de corais que chegam a 65 espécies distintas. 

Apesar dessa riqueza, os recifes de Curaçao sofrem efeitos da sobrepesca e das mudanças climáticas. As ameaças atuais incluem a poluição, o desenvolvimento costeiro e a construção de praias artificiais que degradam as estruturas recifais. A passagem de furacões por Curaçao são raras, mas já causaram a destruição em massa de alguns recifes.

 


Áthila Bertoncini Andrade

A garoupa da nota de R$ 100,00 (2007)
Local da foto: Oceano Atlântico norte. Ilha do Corvo, Arquipélago dos Açores, Portugal. 

 

Ela também é o peixe estampado na cédula de R$ 100,00. Há cerca de 20 anos, percebi que o desenho que representava a garoupa na cédula de R$ 100,00 instituída em 1994, ano do lancamento do Plano Real, não representava a espécie que ocorre no Brasil. Entrei em contato com a Casa da Moeda para relatar a questão e recebi retorno agradecendo e falando que esta informação seria levada em consideração em um eventual redesenho da cédula.  Assim, no ano de 2007, para minha surpresa, a Casa da Moeda entrou em contato para apresentar um novo desenho da nota. Na arte havia uma garoupa baseada nesta fotografia tirada durante meus estudos de doutorado em Portugal. Dessa forma, a imagem foi cedida, como um serviço à Pátria, sendo escolhida e adaptada em um grafismo para a segunda geração da família do Real. 

A ilha do Corvo, local onde a imagem foi capturada, é a menor das ilhas do Arquipélago dos Açores, localizando-se no Grupo Ocidental, ao norte da Ilha das Flores. A ilha ocupa uma superfície total de 17,13 km², com 6,5 km de comprimento por 4 km de largura, tem uma população residente de apenas 386 pessoas.

Hoje, essa espécie emblemática está classificada como Vulnerável no Brasil, e tem legislação específica, que proíbe a captura de garoupas menores de 47 cm, com defeso anual de 1° de novembro a 28 de fevereiro.


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Nas terras do mar (2014)
Local da foto: Oceano Atlântico norte. Zeeland, Holanda.

 

Em maio de 2015 a pequena Província de Zeeland, na Holanda, conhecida tanto pelos diques que permitem que haja populações humanas vivendo no país, quanto pelo maior recife artificial do mundo, tornou-se a Capital Mundial da Fotografia Subaquática. Durante cinco dias, 84 competidores de 20 países, sendo 36 fotógrafos, enfrentaram um imenso desafio: em apenas dois dias de competição e quatro imersões de 90 minutos cada, produzir imagens tecnica e esteticamente competitivas para concorrer e consagrar o mais novo campeão mundial.

A província de Zeeland, está localizada no sul da Holanda, próxima da fronteira com a Bélgica. A região é repleta de ilhas, barragens e pontes, e a maioria dos mergulhos são realizados sem embarcação e ocorrem ao longo dos antigos diques alagados. Locais de destaque para conhecer a riqueza dessas águas são o Oosterschelde e o lago Grevelingen. 

Por ser historicamente uma grande zona portuária, as águas de Zeeland abrigam hoje muitas espécies invasoras (cerca de 6%), ou seja, são espécies que competem e podem gerar desequilíbrios ecológicos. Atualmente há 7 espécies de ascídias invasoras, que competem por espaço e recursos com as nativas como essa retratada na imagem (Ciona intestinalis).

Esta imagem foi capturada durante a competição oficial do Campeonato Mundial da CMAS e uma das premiadas com o 3o. lugar na categoria Grande Angular. O mundial de 2015 teve a melhor colocação de um fotógrafo brasileiro no campeonato Mundial.  

 


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Megaptera (2014)
Local da foto: Oceano Atlântico. Cidade do Rio de Janeiro, Brasil. 

Elas vêm da Antártica em direção às áreas de reprodução e cria de filhotes, no Nordeste brasileiro. Esse corredor migratório vem sendo estudado pelo Projeto Ilhas do Rio, que já monitora os cetáceos há mais de uma década, na região do Monumento Natural das Ilhas Cagarras (Mona Cagarras) e em seu entorno.

As baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae) voltaram a frequentar as águas do Rio de Janeiro, protegidas no Brasil desde. O nome do gênero Megaptera significa asas grandes, do grego mega (grande) e pteron (asa), referência às suas nadadeiras peitorais que podem atingir ⅓ do corpo. Seu nome científico significa "grandes asas da Nova Inglaterra".

A espécie, que quase foi extinta, está se recuperando e ocupando novamente antigas áreas de reprodução. Hoje, a costa fluminense estabeleceu-se como um corredor migratório de baleias-jubarte. Em 2023, foram avistados mais de 60 grupos de baleias-jubarte. 

Poluição acústica e por plástico. Há ainda a possibilidade de colisões com embarcações e emalhes em redes de pesca. Há 30 anos o Projeto Baleia Jubarte luta pela conservação dessas gigantes no Brasil, e hoje no Rio de janeiro, o Projeto Ilhas do Rio estuda o corredor migratório dessas gigantes. 


Canon 5D mark IV

A esperança. 2023.
Local da foto: Oceano Atlântico. Mar do Caribe. Ilha de New Providence, Nassau, Bahamas. 


 

Ocean Atlas  é uma escultura subaquática do artista visual Jason deCaires Taylor e localizada na costa oeste da Ilha de New Providence, em Nassau, Bahamas. A obra de arte retrata uma garota local das Bahamas carregando o peso do oceano acima dela, em referência ao antigo mito grego de Atlas, o Titã que sustentava os céus.

Ocean Atlas é a maior escultura subaquática do mundo, se encontra à profundidade de 5 metros da superfície, pesa 60 toneladas, é composta por aço inoxidável, cimento com pH neutro, basalto e agregados. A data de instalação é 2014.

Com o colapso iminente da vida no Oceano, único e fundamental à nossa vida no Planeta, enfrentamos, muitos de nós sem saber, os perigos do desaparecimento dos recifes de coral e inúmeras ameaças, incluindo a pesca excessiva, a perda de habitat, a acidificação do Oceano, o aquecimento global e a poluição da água. A obra de arte simboliza o fardo que pedimos às gerações futuras que carreguem e a responsabilidade coletiva que devemos aceitar para evitar a sua destruição.

Aqui, na imagem, meu filho Theo mergulha livre na esperança de dias melhores para nós e para a vida no Oceano. É um direito que as crianças têm sonhar com dias melhores.

De cada duas inspirações que damos, uma vem do Oceano. Assim, não há vida na Terra sem vida no Oceano. A responsabilidade de deixar um Planeta melhor do que aquele que recebemos é nossa, não das gerações futuras. Cabe a nós definir e esperançar os rumos do Futuro que queremos.

 


Canon 5D mark IV

Grande encontro (2023) 
Local da foto: Oceano Atlântico. Mar do Caribe. Nassau, Ilha de New Providence, Bahamas. 


 

As Bahamas são um arquipélago conhecido por ser um dos lugares mais prováveis e indicados para fazer mergulho destinado a observação de tubarões, os shark-dives.

O tubarão de recife ou cabeça-de-cesto (Carcharhinus perezi), compõem com outras 14 espécies um grupo de tubarões de pequeno-médio porte, onde 7 deles estão em alguma categoria de ameaça. Seus dentes superiores possuem serrilhas, diferentes dos dentes inferiores, que são lisos ou levemente serrilhados.

Medindo cerca de 3 m, a espécie C. perezi vive em regiões tropicais do Atlântico americano, principalmente no Caribe, associada aos ambientes de recifes-de-coral.

No Brasil, é mais comum no Nordeste, associada às ilhas costeiras e oceânicas. Nascem de dois a seis filhotes medindo na média 70 cm. O ICMBio é o órgão responsável pela execução do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Tubarões e Raias Marinhos Ameaçados de Extinção. Um importantíssimo avanço para a conservação destes animais. Click para conhecer mais sobre o PAN Tubarões!

Tubarões e raias fazem parte de um grupo evolutivo muito antigo, que surgiu há mais de 400 milhões de anos, e destacam-se, do ponto de vista ecológico, por sua enorme importância dentro da teia alimentar marinha. Esses animais regulam o delicado equilíbrio na relação entre presas e predadores, colaborando com a manutenção da qualidade genética dessas populações, o que torna o ambiente marinho saudável.

As principais ameaças aos elasmobrânquios marinhos são ocasionadas por ações antrópicas, como a atividade pesqueira excessiva, sem controle e conhecimento adequado, e a degradação de habitat dos ecossistemas marinho-costeiros. Acima de tudo isso, a falta de informação adequada que classifica os tubarões como seres perigosos para as pessoas ainda é a principal causa de morte e desaparecimento desses animais.

 


Itajara (2010) 
Local da foto: Oceano Atlântico. São Francisco do Sul, Santa Catarina, Brasil. 


 

O mero (Epinephelus itajara), conhecido também como bodete, canapú, badejão, merote ou “senhor das pedras” na tradução livre do Tupi da palavra itajara, foi descrito pela primeira vez em 1822, a partir de um exemplar coletado aqui no Brasil. Pertence à família Epinephelidae juntamente com badejos, chernes e outras garoupas, é a maior espécie de garoupa do Oceano Atlântico, podendo alcançar aproximadamente 2,5 metros de comprimento e pesar mais de 400 quilos. 

Seu ciclo de vida tem início nas agregações reprodutivas, chegando a migrar mais de 400km para esses locais onde formam cardumes de dezembro a março, ano após ano.  As áreas de reprodução estão localizadas próximas a grandes estuários, pois o mero passa seus primeiros anos de vida dentro dos manguezais.

Os meros, estão entre as espécies garoupas mais ameaçadas do mundo. Apesar do grande porte, são considerados dóceis e curiosos, permitindo a aproximação de mergulhadores. Alvos fáceis, a falta de ordenamento de suas pescarias quase causou sua extinção, especialmente pelas pescarias sobre as áreas de reprodução. Hoje a espécie é considerada criticamente ameaçada no Brasil, e o Projeto Meros do Brasil emprega seus esforços pela da conservação dessa espécie e dos ambientes onde vive há 21 anos.